Trechos retirados da matéria escrita por Vivian Whiteman para ELLE.
Fotos de: (Zé Takahashi/Agência Fotosite)
Palco do Teatro Municipal, rendas, cetim, tules, vestidos delicados. Mc Guimê, Mc Rodolfinho, Kondzilla, moletons, macacões utilitários, parkas oversized. À La Garçonne, Àlagarçovitch. O mash-up e o remix estão na base do quarto desfile, e da própria essência, da marca de Alexandre Herchcovitch e Fabio Souza.
Um dia antes da abertura oficial da São Paulo Fashion Week, a ALG levou seus convidados para o Teatro Municipal. É o primeiro desfile independente da grife, que anunciou oficialmente sua saída do line-up do evento. O centrão fervendo logo cedo com shows de rap no calçadão, o movimento de compras e filmagens nas ruas laterais conversavam com a ideia do desfile e, na verdade, com o espírito de tudo de mais vivo que está sendo feito na moda atualmente. Para muitas grifes isso não cai bem, a mistura acaba artificial demais. Não é o caso aqui. O contraponto do street com ideias mais padrão de sofisticação e shapes clássicos é um repertório que a dupla de designers domina bem.
Segue firme, por exemplo, o esquema de parcerias. Tênis Vans, bolsas Escudero, peças como calças e macacões feitos com a icônica Dickies, malharia Hering, lingerie Hope, entre outras duplas.
A edição das peças mais exclusivas com outras acessíveis é muito bem estudado, e consegue aproximar diferentes públicos tanto da imagem quanto do produto final.
O remix está também no styling de Mauricio Ianês e na própria ideia de algumas peças, como os vestidos de festa feitos com singelos tecidinhos florais, apresentados com saiotes cheios de tule.
A mão criativa de Herchcovitch está cada vez mais solta, e tanto aparece nos padrões de estampa, por exemplo, quanto em looks super marcantes como os microvestidos babydoll super volumosos. Os looks mais fashionistas dividem espaço com o fácil de usar, como o conjunto de top cropped e calça esportiva bege, bem Kardashianzinha.
A marca, que conquistou os fashionistas com suas peças pintadas à mão, mostra que tem muito mais a oferecer. Ao mesmo tempo, sabe reeditar esse trunfo de forma inteligente, mantendo a força desse elemento que se tornou uma espécie de etiqueta sem logo da grife, algo que a faz ser reconhecida em imagens e também nas ruas.
No início, houve quem duvidasse do potencial de uma marca nascida de um garimpo vintage. Mas, como diz o funk, “os moleque é liso” e manjam do espírito da moda. O que a dupla fez foi, na verdade, um investimento em uma ideia nova, que tem se mostrado cada vez mais acertada inclusive como modelo de business contemporâneo.
A matéria original pode ser encontrada no: http://elle.abril.com.br/moda/spfwn44-a-la-garconne-prova-que-tem-muito-mais-a-oferecer/
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